Apesar de algumas especulações, a cetamina via oral não é uma opção segura nem viável para o tratamento da depressão. Muitos dos estudos que sugerem essa possibilidade possuem viés da indústria farmacêutica ou de cientistas com patentes relacionadas à medicação.
Desde os anos 2000, pesquisas indicam que infusões endovenosas de cetamina são eficazes no tratamento da depressão grave ou refratária. Essa forma de administração tem mostrado resultados positivos especialmente em casos onde a doença não responde a dois antidepressivos convencionais.
A eficácia da infusão intravenosa de cetamina, baseada em estudos de mundo real, é significativa: cerca de 75% dos pacientes apresentam melhora significativa dos sintomas globais. Em contraste, os estudos sobre a cetamina via oral mostram que não é uma via de administração possível e não têm o respaldo dos órgãos regulamentadores.
Como avaliamos a eficácia do tratamento no Centro de Cetamina?
No Centro de Cetamina, todos os pacientes passam por uma consulta inicial. Esta avaliação tem como objetivo conhecer o histórico médico do paciente e sua condição atual. Uma vez iniciado o tratamento, monitoramos a evolução dos pacientes utilizando escalas de avaliação, aplicadas em cada consulta.
Esse método nos permite comparar a evolução dos sintomas desde a primeira até a última infusão. Seguimos o protocolo mais estudado, que consiste em seis infusões administradas ao longo de duas a três semanas.
Por que a infusão intravenosa é preferível?
A administração intravenosa de cetamina permite um controle mais preciso da dosagem e biodisponibilidade da medicação, garantindo que os níveis terapêuticos sejam atingidos rapidamente e de forma consistente. Além disso, a cetamina tem um metabolismo complexo quando administrada oralmente, resultando em baixa biodisponibilidade e não é uma via de administração viável.
Nós, do Centro de Cetamina, estamos comprometidos com a exploração de todas as opções de tratamento eficazes e seguras para a depressão. No entanto, é crucial basear nossas práticas em evidências científicas robustas e reguladas, em vez de estudos inconclusivos ou com conflitos de interesse.
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Referências:
Glue, P., Loo, C., Fam, J. et al. Extended-release ketamine tablets for treatment-resistant depression: a randomized placebo-controlled phase 2 trial. Nat Med 30, 2004–2009 (2024). https://doi.org/10.1038/s41591-024-03063-x
Gil, Tiago, & Bonetti, T. C. S. (2024). Efficacy of intravenous esketamine in reducing suicidal ideation and major depressive symptoms: A real-world evidence study. Journal of Affective Disorders Reports, 17, 100809. https://doi.org/10.1016/j.jadr.2024.100809.
