A depressão é uma condição de saúde mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo das décadas, o tratamento da depressão evoluiu significativamente, passando de medicamentos orais tradicionais para abordagens inovadoras como a cetamina.
Os primeiros tratamentos farmacológicos para a depressão surgiram na década de 1950 com o desenvolvimento dos antidepressivos tricíclicos (ADT) e dos inibidores da monoamina oxidase (IMAO). Esses medicamentos foram revolucionários na época, proporcionando alívio significativo para muitos pacientes. No entanto, eles também apresentavam efeitos colaterais consideráveis, como ganho de peso, boca seca e constipação.
Nos anos 1980, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) foram introduzidos, marcando um avanço importante no tratamento da depressão. Medicamentos como a fluoxetina tornaram-se amplamente utilizados devido à sua eficácia e perfil de efeitos colaterais mais favoráveis em comparação com os ADT e IMAO. Os ISRS ajudaram a reduzir os sintomas de depressão em muitos pacientes, tornando-se a primeira linha de tratamento em muitos casos.
Com o tempo, novos tipos de antidepressivos foram desenvolvidos, incluindo os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) e os antagonistas de receptores de serotonina. Esses medicamentos ofereceram alternativas para pacientes que não respondiam bem aos ISRS, ampliando as opções de tratamento disponíveis.
Nos últimos anos, a cetamina emergiu como uma opção promissora para o tratamento da depressão resistente ao tratamento (DRT). Originalmente utilizada como anestésico, a cetamina mostrou efeitos antidepressivos rápidos e significativos em pacientes que não responderam a outros tratamentos.
A cetamina atua no sistema glutamatérgico, modulando a neurotransmissão e proporcionando alívio dos sintomas depressivos de maneira mais rápida do que os antidepressivos tradicionais.
A evolução do tratamento da depressão continua, com pesquisas em andamento para desenvolver novas terapias e melhorar as existentes. A cetamina abriu caminho para a exploração de outros moduladores do sistema glutamatérgico e tratamentos inovadores que possam oferecer alívio rápido e eficaz para pacientes com depressão resistente.
Podemos dizer que a jornada do tratamento da depressão, desde os primeiros medicamentos orais até a introdução da cetamina, reflete o progresso contínuo na compreensão e manejo dessa condição complexa. Com cada avanço, mais pacientes têm a oportunidade de encontrar alívio e melhorar sua qualidade de vida.
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Referências
Souza, I. T., Wildner, D. P. S., Gazdzichi, A. K., & Nink, F. O. R. (2021). The evolution of psychopharmaces in the treatment of depression. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, 33(2), 109-114. DOI: 10.5935/2763-602X.20210008
Dias, I. K. S., Silva, J. K., Gomes Júnior, S. R., Santos, T. H. N., & Faria, S. T. R. (2022). Uso da cetamina na depressão resistente ao tratamento: uma revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 71(1), 45-52. DOI: 10.1590/0047-2085000000371
